Sunday, April 5

Estudar idiomas não precisa ser chato

Se tem uma coisa que realmente me incomoda em nossa sociedade, é a separação entre trabalho e lazer. Claude Hopkins dizia que: “When a thing is useful, we call it work… when it’s useless, we call it play… but one is as hard as the other“. Em português: “Quando uma coisa é útil, a chamamos de trabalho… quando é inútil, a chamamos de diversão… mas uma é tão difícil quanto a outra”.

De onde veio essa ideia? Por que achamos que o trabalho (ou o estudo de um idioma) precisa ser penoso e que a diversão é um assunto à parte?

Quando uma criança está fazendo os seus deveres da escola, e os pais a ouvem dando risada no seu quarto, eles costumam ir verificar: “Ei, por que você está brincando? Eu achei que você estava estudando!”

Mas eu acredito que estudar uma nova língua (ou estudar qualquer coisa, na verdade) pode realmente ser divertido e eficaz ao mesmo tempo. E mais… quanto mais divertido os estudos são, mais eficazes eles também serão! Porque quando a gente realmente curte uma atividade, ficamos totalmente concentrados, além de mais motivados… E assim, também é muito mais provável que o estudo dure mais tempo, o que nos levará a resultados melhores.

E nada pode ser mais natural do que nos divertirmos enquanto aprendemos alguma coisa nova! Pois esse é o nosso estado natural, pelo menos quando ainda somos jovens.

Volte a ser criança

Olha… Você já viu alguma criança que só fica sentada num canto, quietinha, sem fazer nada? Quando isso acontece tem alguma coisa errada. A grande maioria das crianças tem muita energia para explorar o mundo. Elas querem saber TUDO. Em outras palavras, cada ser humano nasce com uma curiosidade imensa e inata, porém com muitos dos métodos tradicionais de ensino, a gente *mata* essa curiosidade.

Com as “aulas tradicionais”, essas mesmas crianças perdem o interesse e depois de poucos anos, ficam sentadas na última fila da sala. O interesse pelos estudos diminui drasticamente. Eu também não curtia esse tipo de “pedagogia” quando eu ainda era aluno. Depois da minha formatura, eu redescobri que estudar pode ser divertido, e que pode ser um prazer.

A gente precisa voltar a “ser criança”, redescobrir essa sede de aprender coisas novas, e estudar de um jeito mais divertido. Mas como a gente pode fazer isso? A mera ideia de sentar com um livro na mão já assusta muita gente. Durante anos, ficamos condicionados a associar o aprendizado ao sofrimento.
Bem… Um jeito óbvio é escolher o material certo para estudar idiomas. Em vez de livros com material seco, a gente pode utilizar músicas, livros,jogos, filmes e seriados para o aprendizado.

O importante é também fazer exercícios baseados nesse material, e não apenas desperdiçar tempo com entretenimento em inglês, só para aliviar a consciência. Exercícios tais como tradução, ditados, e “listening” (compreensão auditiva).

Vamos por partes

Existe um jeito de fazer os estudos mais divertidos… Um jeito que é menos óbvio. E esse jeito é estudar tudo em “pequenos pedaços”. Estudar desse jeito (por exemplo, apenas 10 palavras ou um novo conceito de gramática de cada vez) tem um efeito neurológico que é verdadeiramente mágico… Porque quando a gente tem um sucesso, o cérebro despeja um hormônio chamado “beta-endorfina“.

É por isso que tantos adolescentes são viciados em videogames. Durante esses jogos, eles têm a sensação de um pequeno sucesso a cada minuto. Muito mais frequentemente do que na vida real!

Não é o jogo que vicia… É a beta-endorfina! Emoções são as substâncias químicas mais viciantes que existem. E a gente pode aproveitar desse efeito para se viciar nos estudos.

A mera palavra “disciplina” sugere que você NÃO QUER fazer o que você está fazendo, mas você o faz mesmo assim, por que você quer ser “disciplinado”. O problema é que essa abordagem nunca dura muito. Apenas gera resistência mental… E é o motivo por que a gente tem a tendência de procrastinar e adiar tudo.

“…Eu vou assistir TV hoje e estudar um pouco mais amanhã para compensar…” Ah, é?

Se você é como eu, e como a grande maioria dos meus alunos, isso nunca dá certo. A gente tem que ser igual esses jovens que estão jogando na LAN house! Você não *consegue* tirar esses caras do computador!

Quando você estuda em pequenos pedaços, você tem um pequeno sucesso atrás de outro que nem eles. E em cada instante você tem a sensação *palpável* de que você chegou um passo mais perto da fluência. É super motivador… E assim, estudar um idioma pode ser tão divertido e viciante como esses jogos malucos!

Conclusão

Então esqueça a ideia de que estudar tem que ser penoso, que trabalho e diversão são duas coisas diferentes que não tem nada a ver uma com a outra. Quando mais divertidos os seus estudos, mais você vai conseguir assimilar e também *reter* o que você está aprendendo.

O que funciona para você? O que te motiva a estudar mais e mais?

Friday, April 3

Ônibus urbano na América Latina



Uma das coisas mais difíceis em Santiago do Chile é pegar o ônibus urbano (tomar un autobus), eles dificilmente param no ponto. Quando estive lá, vi muitas pessoas subindo no ônibus ainda em movimento. Já andei muito de ônibus pela América, de um país para outro, ou até mesmo de uma região para outra. Os ônibus em espanhol recebem vários nomes como: bus, autobús (plural autobuses), colectivo, ómnibus e autocar.

Alguns países dão nome singular aos ônibus. Em Cuba, Porto Rico e nas Ilhas Canárias, onde chamam-no de “Guagua”. Vale fazer uma breve nota sobre esta palavra “Guagua”, no Chile ela significa bebê.
Já na Venezuela, Costa Rica, Colombia e Equador, se chama de “buseta” e para o mais conhecido e simpático micro ônibus: busetilla (as vezes chamam também de “buseta”).

Na Colômbia, os ônibus interurbanos, aqueles que percorrem grandes distâncias (largos recorridos) e geralmente usam estradas (carretera) eles o chamam de “Chiva”.

Há também os “bus articulado”, como os que tem em Curitiba e outras cidades do Brasil. Foi o sistema integrado de transporte de Curitiba que inspirou uma das cidades que renasceu para o turismo: Bogotá. Muitas cidades já copiaram esse modelo pelo mundo afora.

Um dos piores ônibus que já peguei foi no Paraguai, tanto o urbano quanto o intermunicipal. Os alguns urbanos têm piso de madeira, cortinas nas janelas e alguns bordados de lã na janela da frente do ônibus, na maioria das vezes (quase sempre) estão sujos (sucio) e coberto de poeira; as janelas laterais que abrem estão soltas, fazendo um barulho ensurdecedor. Em algumas cidades as ruas tem tanto buraco que parece que estamos andando de barco.

Quando fui a Trindad, 249 km de Foz do Iguaçu, passei por quase tudo no ônibus, pessoas vomitando no chão, ou mijando na poltrona, ou comendo no ônibus (comendo peixe empanado, o preferido, principalmente para colocar no pão) e depois limpando a mão na cortina (enfim descobri o uso delas).

Uma coisa devo destacar, ônibus da América Latina são “graciosos e hermosos”. É como os defino para muitos dos ônibus coloridos e de design peculiar, como os da Colômbia, Paraguai, Venezuela, para o delírio de todos os amantes e apaixonados por ônibus.

Palavras relacionadas

  • Butaca: poltrona
  • Peaje: pedágio
  • Autopista: estrada
  • Calle ancha: rua larga, como Avenida Paulista
  • Tarjeta: cartão de transporte
O mais importante quando alguém tiver fazendo sujeira no ônibus você fala: “No haga eso, por favor”.


Chau !!